Quinta-feira, 28 de Julho de 2005
Quero ver-te!
Tenho tantas saudades do teu rosto!!!!
Daquele olhar que nunca pousou em mim,
O sorriso que nunca vi, do qual apenas pressenti o esboço.
Quero ouvir-te!
A voz quente e poderosa que me disse Olá,
Que me perguntou: És tu?
E eu, tal qual uma adolescente, corei
Num rosáceo que não viste, mas pressentiste,
À falta da minha voz.
Saudades tuas,
Saudades minhas,
Que me deixam pela metade de mim.
Segunda-feira, 25 de Julho de 2005
Ontem acordei e a chuva caía lá fora.
Não era forte, eram pingos de saudade que vieram aconchegar-se na terra quente e sequiosa.
Levantei-me, sonolenta, guiada pelo som do vento lá fora e a vontade de lá chegar. Pé ante pé em silêncio para que a minha loucura não se tornasse doença incurável na madrugada surpreendente.
Abri a garagem, descalça, o meu corpo parou sobre a relva aparada na tarde anterior.
À terra agora molhada, antes seca, fora-lhe dado a provar o mais puro néctar, deixando-a, assim, na espera antecipada de cada grão de pó sedento da água que há-de vir. Mais tarde. Noutro tempo. Noutra estação.
Os meus sentidos já despertos.
Ouvidos atentos, rosto e mão elevados sentiam a brisa molhada onde pingos doces se derretiam.
A boca aberta provava a água quente e pouco densa num escorrer sensual pela garganta seca.
Os olhos fechados pressentiam a luz da lua, das estrelas, cujos raios de luz deixavam passar as gotas de água alinhadas, constantes, rápidas no seu cair constante, certas do seu destino a instantes renovado.
O cheiro forte, quente, invadia-me, inebriante, inesquecível numa noite de Verão.
Os fios do meu cabelo, enleados, colavam-se ao meu rosto numa carícia tão meiga quanto sonhada.
Ensopada toco o meu corpo gelado e estremecido.
Sinto o anjo que me guarda.
Sorrio à noite, abro os olhos à escuridão, dispo a camisa molhada, elevo os braços e as mãos numa dádiva escondida e solitária.
Rodo sobre mim, a solidão que amo está presente.
O silêncio cúmplice da noite sussurra palavras doces.
A voz que amo acaricia-me o rosto. As suas palavras roçam-me as faces, lambem a minha boca, beijam a minha língua.
A boca silenciada murmura-me palavras perfeitas.
No meu pescoço sopras o teu respirar.
O meu corpo balança num desequilíbrio amparado pela felicidade que o rodeia.
A água escorre pelo meu peito, param gotas suaves e inquietas nos montes e vales desnudos, para logo seguirem escorrendo, perdendo-se entre as minhas pernas, pelas minhas coxas, acabando a lamber os meus pés, deslizando finalmente por entre os meus dedos enterrados na terra.
Inebriada toco o meu corpo, procuro nele o teu cheiro, o teu toque, fragmentos da tua pele.
As minhas mãos sentem um corpo em êxtase, num estado de convulsão.
Respiro profundamente, numa tentativa perdida de voltar à realidade.
Sinto a tua presença.
As lágrimas que escorrem do céu, juntam-se solidárias às que correm pelo meu rosto, misturando vidas, mortes, sonhos, dores, alegrias, sorrisos, gargalhadas, paixão, amor.
Fecho os olhos golpeada pelo reconhecer de tantas vidas, emoções, minhas, tuas, dos outros.
O coração explode, no meu peito contraído, num ritmo incessante de vida.
Um murmúrio de paz irrompe de mim, numa imparável sensação de prazer.
As pernas derrubam-me, caio sobre a relva molhada, na terra estimulada e alagada de vida.
O meu corpo nú enterra-se numa fusão de vida e prazer.
Nos meus seios brilha a água cor de prata que a Lua ilumina.
Na minha barriga acumulam-se gotas que escorrem quietas, frias, cor das estrelas.
As minhas pernas e braços cobrem-se do castanho da terra molhada.
Assim moldada ao barro latente.
O meu cabelo navega entre riachos de água que desbravam a relva verde saciada.
O meu rosto iluminado pela luz da noite escura, incandescente sob as tuas asas, recebe o teu amor embalado pela brisa que veio do Sul.
Não sei o tempo que fiquei, apenas recordo o que senti, e como fui feliz.
Sexta-feira, 22 de Julho de 2005
Alice encontrou um homem que a faz feliz.
Quando o conheceu percebeu, ainda que sobressaltada, que seria um encontro audaz, e cheio de surpresas. Descobriu ainda que aquela alma existia na mesma dimensão que a sua.
Não era o homem de outrora, talvez nem se reconhecesse no homem que se tornara, mas vivia os sonhos.
Ao contrário dela própria que não sonhava, não acreditava, já nem pensava.
Talvez por isso aquele homem a tenha tocado, para além dos sentidos, para além dela mesma.
Ele, de um modo único, visita-a, faz-se notar, enleva-a nos sonhos que lhe proporciona.
Numa tentativa de se entregar ao homem que encontrou, Alice sonhou, desejou, praticou mil pecados de amor, e deu-lhos a conhecer.
Mil promessas se fizeram, carinhos confidenciados, desejos extravasados numa recordação do que nunca viveram. Juntos.
Ele cumpriu cada desejo, disposto a mais, querendo Alice.
Ela não cumpriu promessas, adiou desejos, e mais que tudo perdeu a sua alma. A dele e a dela, que juntas mil vezes fizeram amor, elevaram ao infinito os prazeres prometidos e saciados.
Os seus corpos afastados na vida.
Os seus sentidos nunca provados, nunca experimentados lutam dentro de Alice, espicaçando-a, fazendo-a querer, o desejo estimulando-a ao prazer de um amor sonhado.
Ele num silêncio de palavras escritas nada pode contra o medo que a arrebata, que a sufoca, intimidando-a ao ponto de a fazer desaparecer.
Alice sonha com a alma que veio ao seu encontro e que ela acolheu no seu peito.
Ele nada lhe pede, tudo lhe dá, mesmo não podendo, na distância da vida que vive e respeita.
Ela quer mais, quer tudo, sabendo que nunca o poderá ter, pela saudade de uma vida que sonhou e nunca viveu, pela realidade da vida que tem e nunca sonhou.
Alice desaparece sob o olhar triste do seu Anjo, da sua Alma.
Terça-feira, 19 de Julho de 2005
Assim escondida,
Neste rosto que não vês,
Que pressentes,
Escorrem lágrimas,
De olhares que te procuram,
E que não te vêem!
Ontem, como hoje, sorri,
Fiz caretas, bocejei, vivi.
Hoje, como ontem, sobrevivi
À dor de não te ter,
À cobardia de não querer sofrer,
Leio, leio de novo
As tuas palavras,
Cismando nelas,
Percebendo o fim da magia,
Doce, amarga, feliz,
Trágica.
De cada vez que partes,
Sinto a necessidade de
Voltar ao princípio de nós dois,
Preparar a saudade do
Adeus.
Que não consigo!
Como dói!
Lágrimas secas,
Engolidas, travadas,
Teimosa dor que me
Esmaga.
Grito-te para que me ouças,
E baixinho pressinto a tua
Voz, calma e forte.
Na memória de um momento,
Numa recordação doce.
Solitária.
Uma eterna vez.
O meu corpo sem
Alento, sem desejo.
Espera, sufocado o
Carinho que não chega.
Que não procuro!
Que não quero.
Serás, para sempre,
O meu
e se?....
Como teria sido
?
Sonho.
Que raiva!
Destruído pela saudade,
Que ficará, o meu rosto
Escondido, não é de ninguém.
Nem meu, nem teu.
Deles, somente!
Não deixes de me querer!
Vai!!!
Procura e encontra,
Descobre, conquista.
Sê feliz.
Serei também.
Por ti.
Contigo.
Quinta-feira, 14 de Julho de 2005
Vieste ao meu encontro e deixaste-me as tuas palavras.
Fortes e decididas encontraram no meu espírito a necessidade de uma resposta.
Na pergunta que me fizeste, apenas respondi que existiam momentos, sensações e situações que apenas se explicam de uma forma pessoal e directa, e por isso o tinha feito.
De novo me perguntas e de novo te respondo que as palavras que me escreveras foram importantes e caíram fundo.
Desde então uma curiosidade transformada em certeza de seres mais do que apenas um homem que sabia escrever fez-me aproximar de ti.
E nesse encontro longínquo e condicionado ambos reconhecemos a vontade que nos havia feito chegar um ao outro.
Transformar sonhos numa realidade palpável e muito desejada.
Descobrimos dores, e experiências comuns, segredos escondidos e revelados, sonhos e fantasias vividas e outras ainda à espera.
Foi tão fácil, como repentino, perceber que ocupavas cada momento do meu dia, cada espaço da minha noite!!!
Um dia perguntaste-me se eras o homem que eu queria amar, e respondi que não podia amar sem acreditar no sentimento.
Menti.
Sim podia amar-te e sim eras o homem por quem eu poderia voltar a acreditar.
E nessa mentira fui-me embora.
Voltava cada dia para te ler, sonhava cada instante em que desejava dizer-te estou aqui, e definhava a cada momento em que não lia nas tuas palavras a minha saudade.
Senti ciúmes de quem não conheci, e que te vi visitar.
E um dia escreves Não achas que está na hora de voltares?.
Voltei.
Apaixonei-me na lonjura que nos afastou sempre, na proximidade do nosso querer.
Dei-me, descobri-me, falei-te de sonhos, contei-te fantasias em que eras o meu protagonista, prometi-te o meu corpo.
Recebeste-me e retribuíste outro tanto, de tal forma que sonhei seres tu o homem que me levaria aquém e além-mar.
Então ouvi-te, e da tua voz recebi o som, a textura e o prazer de saber como me falarias, responderias às minhas questões ou simplesmente sussurrarias ao meu ouvido segredos só nossos.
Soube a quase nada, no entanto jamais esquecerei esses minutos, aquele minuto em que me disseste quem eras, em que as palavras se esconderam no meu peito e que à força arranquei para que me ouvisses também.
Hoje, um dia depois de me ter despedido de ti, de ter renunciado ao amor que tenho dentro de mim, já morro de saudades tuas, nossas e do que nunca vivemos.
Não estou orgulhosa de mim, sinto que mais uma vez me acobardei, mas não posso viver o que não é um direito para mim, vivendo assim os deveres que um dia aceitei, mesmo perdendo-me pelo caminho.
Não deixarei de sonhar esta é uma promessa que não vou quebrar!
Esta é a única promessa que te posso fazer, meu Amor!
Sozinha
Segunda-feira, 4 de Julho de 2005
Como será acordar ao lado do homem que amamos?
Como será adormecer enrolada nas suas pernas quentes, encaixada no seu colo, com os seus braços em meu redor?
Adormecida, gostaria de acordar pelo prazer do teu toque, do teu respirar, dos teus beijos suavemente depositados no meu corpo.
Deixar-me ia usufruir das tuas carícias, das tuas mãos atrevidas e conhecedoras dos meus recantos, curvas e segredos.
O teu corpo excitado encostado em mim, far-me-ia virar, descer sob os lençóis e provar o teu prazer intumescido.
O nosso quarto iluminado por velas de mil cores, incendiado de perfumes almiscarados, invadido por pétalas de flores, na expectativa de momentos a dois.
Relaxaria imersa na água que acolhe o meu corpo, onde me irias tomar pela mão, onde me ergueria para ti. Nas tuas mãos uma toalha felpuda envolveria o meu corpo, para me embalares no teu colo seguro.
Deitarme-ias na cama, e sossegado ias tomar o teu banho, de onde sairias nú para mim.
Do frigorífico retiravas o champanhe gelado, doce como eu gosto, dois copos altos seguros na tua mão, as luzes que apagarias, o nosso quarto envolvido pela luz da noite quente, pelos limites dos nossos corpos.
A toalha, solta do meu corpo, jazia no chão, as tuas mãos levantam-na e com ela secarias as últimas gotas da água solta pelo meu cabelo.
Encostado na cabeceira da cama, puxas-me para ti, onde entre as tuas pernas o meu corpo repousa.
As tuas mãos, que tocam o corpo que amas, que conheces e que te excita, param nas cicatrizes do meu ventre, no sinal negro junto ao umbigo, por onde docemente correm os teus dedos.
Espalmadas, quentes e secas as mãos que amo acariciam-me os seios, onde os mamilos escuros turgem pelo prazer que sinto.
A minha excitação, o meu prazer, a minha vontade de ser tua, e ter-te comigo.
Sussurras que me amas, que te sentes feliz quando me tens ao teu lado e sem me pedires esperas o momento do meu render, do desejo que procuraste em mim.
Assim imagino as nossas noites de amor, de paixão, de sexo, de companheirismo, de sedução cúmplice e partilhada.
Sou tua, porque nada me pedes ou exisges, apenas porque te amo.
Será assim?
O meu sonho é assim.
Como será acordar ao lado do homem que se ama?
Como será adormecer enrolada nas suas pernas quentes, encaixada no seu colo, os seus braços em meu redor?
Adormecida, gostaria de acordar pelo prazer do teu toque, do teu respirar, dos teus beijos suavemente depositados no meu corpo.
Deixar-me ia usufruir das tuas carícias, da tua mão atrevida e conhecedora dos meus recantos, curvas e segredos.
O teu corpo excitado encostado em mim, far-me-ia virar, descer sob os lençóis e provar o prazer intumescido.
O nosso quarto iluminado por velas de mil cores, incendiado de perfumes almiscarados, invadido por pétalas de flores, na expectativa dos momentos a dois.
Relaxaria imersa na água que acolhe o meu corpo, onde me irias tomar pela mão, onde me ergueria para ti, e das tuas mãos uma toalha felpuda envolveria o meu corpo, para me embalares no teu colo seguro.
Depositar-me-ias na nossa cama, e sossegado ias tomar o teu banho, de onde sairias nú para mim.
Do frigorífico retiravas o champanhe gelado, doce como eu gosto, dois copos altos seguros na tua mão, as luzes que apagarias, o nosso quarto envolvido pela luz da noite quente, pelos limites dos nossos corpos.
A toalha, solta do meu corpo, jazia no chão, as tuas mãos levantam-na e com ela secas as últimas gotas da água solta pelo meu cabelo.
Encostado na cabeceira da cama, puxas-me para ti, onde entre as tuas pernas o meu corpo repousa.
As tuas mãos, que tocam o corpo que amas, que conheces e que te excita, param nas cicatrizes do meu ventre, no sinal negro junto ao meu umbigo, por onde docemente correm os teus dedos.
Espalmadas, quentes e secas as mãos que amo acariciam os meus seios, onde os mamilos escuros túrgidos do prazer que sinto.
A minha excitação, o meu prazer, a minha vontade de ser tua, e ter-te comigo.
Sussurras que me amas, que te sentes feliz quando me tens ao teu lado e sem me pedires nada esperas o momento do meu render, do desejo que procuraste em mim.
Assim imagino as nossas noites de amor, de paixão, de sexo, de companheirismo, de sedução cúmplice e partilhada.
Sou tua, porque nada me pedes, nada me exiges, apenas te amo mais e mais.
Será assim?
O meu sonho é assim.
(Dedicado a uma Alma que sonha)